O Festival de Cultura Popular de Imperatriz é um projeto voltado para a valorização dos conhecimentos tradicionais de grupos de cultura popular que trabalham com as danças do Cacuriá, do Lili, Bumba meu boi, Tambor de crioula, Lindô, Mangaba, Coco, Lundu, de Repentistas, Cordelistas, Teatro de bonecos, Movimento Hip Hop, Poesia Popular e outros grupos que nasceram a partir do contato com Mestres ou com referências e vivências com a cultura popular brasileira, urbana ou rural.

O festival contempla ciclos de formações por meio de Aulas Espetáculos, Oficinas de Iniciação às Linguagens Artísticas, Circulação e Fruição com as apresentações artísticas; trabalha ainda para o fortalecimento da comercialização de artesanato e comidas típicas da região; articula ações de Políticas Públicas para a cultura do município, a exemplo do Projeto de Lei “Tesouros Humanos Vivos” em tramitação na Câmara de Vereadores de Imperatriz, e do pedido de reconhecimento da “Panelada” e “Cuscuz de Arroz” como Patrimônio Cultural Imaterial entregue, em mãos, ao governador Flavio Dino em 2018.

O Festival é uma referência na Região Tocantina, não somente pela diversidade de linguagens ou amplitude do alcance de suas ações,  mas  também pelo reconhecimento consecutivo que recebeu do Ministério da Cultura, em 2012 e 2017, por meio do Prêmio de Culturas Populares, pela realização de suas duas edições anteriores (2008 e 2016). Com a Pandemia ocasionada pelo Coronavírus, torna-se necessário adaptar o fazer cultural e as formas de divulgação e circulação. Por isso, nossas ações ocorrem de modo virtual garantindo a circulação dos saberes, dos fazeres e o compartilhamento da produção de grupos, mestres e fazedores que atuam no campo da cultura popular.

Nas edições anteriores (2008, 2016 e 2018) o Festival fez homenagem aos mestres FRANCISCA DO LINDÔ, MARIA DO AMPARO e OSÓRIO NETO consecutivamente, entregando o estandarte do festival e premiando com o valor em dinheiro, como forma de reconhecimento ao trabalho que ambos desenvolvem em benefício da cultura de Imperatriz. Homenagear MESTRA PAIZINHA é, portanto, seguir fortalecendo os saberes tradicionais ligados à culinária, em seu modo de fazer com elementos únicos agregados a todas as etapas do preparo à comercialização, bem como o modo de consumo, que no caso da panelada se dá 24h, no ponto tradicional conhecido como Quatro Bocas.

Sobre a homenageada

Mestra Paizinha é uma das dezenas de mulheres que trabalham dia e noite no preparo e venda de um dos pratos mais tradicionais da região a Panelada, na famosa 4Bocas. Criou filhos e divide o trabalho com a família em forma de rodízio no ponto de venda que ocupa há trinta anos.

Sobre a panelada

 

Considerada como bem cultural da cidade de Imperatriz por historiadores ou como marca registrada, e prato tradicional pelos diversos degustadores, a PANELADA em Imperatriz tem características peculiares para ser considerada oficialmente BEM CULTURAL IMATERIAL da cidade. É fonte de pesquisa para estudantes de várias instituições de ensino superior e alimenta o imaginário da população desde a década de 60, quando começou a ser expandida pelas mãos do Mestre Acrísio, que na década de 60 percorria as ruas da cidade com um caixote-fogão adaptado num carrinho de mão.

A panelada é um prato tradicional em Imperatriz, saboreado diariamente, a qualquer hora do dia ou da noite, e ganha um apelido carinhoso de “restaurante de costas pra rua” pelo modo peculiar de comer a refeição – de costas para a rua. Modo esse que nasce da forma como os vendedores e vendedoras foram obrigados a se constituir no comércio informal, utilizando o espaço das calçadas para comercializar a iguaria tão apreciada.

Feita das tripas, do estômago e dos pés do boi, o prato acompanha arroz, farinha, pimenta e limão. É encontrado em diversos pontos, sendo os mais conhecidos: 4Bocas, Entroncamento, Rodoviária Velha, Camelódromo e Armazém Cruzeiro do Sul.